Sinestesia da Memória

>> quinta-feira, julho 24, 2008


Alguém já entrou num ambiente estranho e sentiu como se já estivesse ali, o famoso dejávu? Já foi convidado a ir a casa de alguém, e assim que entrou parece que um peso de 500 kilos foi colocado nas suas costas? Quando conversou com alguém, e que esse alguém, em algum momento tentou se impor, intimidar ou diminuí-lo, gerando um conflito onde os dois ficaram esgotados, fisica e mentalmente, como se tivesse acabdo de correr uma maratona? E quando vc para diante do topo de uma montanha, respira fundo de olhos fechados e sente toda a sua energia revigorada, não importa o quão dificil tenha sido a caminhada?

Eu não sei definir, pessoalmente falando, o que seria essa energia cinética que percorre nosso corpo, que nos conecta ao universo, que translitera o nosso pensamento ou que nos é sugado muitas vezes inconscientemente. As religiões e filosofias orientais tem vários nomes, fluido vital, chackra, ki, campo magnético e etc. Mas não vou abordar nenhuma delas e sim a maneira mas predadora de perde-la e o que tem me atingido a bastante tempo.

Dentre outras coisas, muitas vezes o que causa um esgotamento mental e psíquico, que vai se espalhando igual virus, esgotando corpo, vontade e raciocínio, é alimentado pelos nosso próprios problemas, do presente ou do passado. É por isso que ultimamente eu tenho me esforçado para usar uma sinapse da qual já venho evoluindo a décadas: a do esquecimento. O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotada com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além de se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. Algumas viagens que nunca foram feitas, teve o tempo hábil para isso, não serão agora que elas se realizarão.
Não é a mudança no meu universo que vai mudar o meu presente. Isso é do coração para dentro.
A paixão e o amar empresta um sentido quase mítico aos dias comuns, torna o cotidiano mais divino, mais aromático, mais céu, menos inferno, mas é esquecer, diante de toda a dor que podemos suportar, e sobrevivemos a isso, que nos torna aptos a nos encantar novamente dali a pouco. Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me matariam se terminassem. Muitas vezes isso rebombava na minha mente até a exaustão, até o esgotamento.
Cansei.
Não existe memória fotográfica da pele de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos...
Sei que com o tempo algumas pessoas simplesmente são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem maldade ou intenção, apenas esmaecem até desaparecer. O que fica é o sentimento, é o calor de que um dia isso possa voltar a queimar, como um vulcão em erupção.
No fim de tudo, ou no princípio, descubro que a melhor e maior fonte de energia vital vem de cima. Diante de todas as faltas de discernimento do qual fui provocado, a fé, é a que mais sofre com isso. E percebi que isso é um conta-gotas numa rocha, capaz de furar até a mais resistente rocha vulcânica. Se despejado de uma vez só, vai apenas molhá-la.

O acaso é talvez, o pseudônimo que Deus usa quando não quer assinar suas obras.

Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.
Todo mundo passa.
E isso, definitivamente, faço questão de NÃO esquecer...

3 comentários:

mamusketa 1:23 PM  

"Para ser feliz é necessário pouca coisa além de se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas." Desculpe mas plagiarei esta frase pelo resto de minha vida, mas se alguém perguntar eu digo que foi vc!

Tudo realmente passa, e nenhum amor é igual ao outro, com o tempo a gente vai ficando calejado e supera mais rápido do que esperava...digo por experiência própria.

Escutei em algum lugar que Deus coloca as pessoas erradas na nossa vida que é pra qdo a certa aparecer a gente dar o devido valor...

Vai entender...

Anônimo 3:12 PM  

Tá.. vamos lá!! seguindo a bendita ABNT pra facilitar os trabalhos:
1- Muito Obrigada pelo "moça linda" (sou mearmu) e pelo comentário sobre mudanças e por me alertar quanto à empurrar as coisas com a barriga. Levarei em consideração o seu conselho daqui pra frente.
2- Farei o possível para substituir minhas possíveis lágrimas por algo que acrescente mais na minha vida (não que as lágrimas tb não acrescentem, vc entende o que eu digo).
3- A Érika é realmente muito ciumenta, mas ela só faz isso pq adora quando eu mando ela TOMAR-NO-CU!!
4- Eu já consegui consertar os trekin dos comentários, mas esqueci de apagar isso do texto.
5- Beijo na Bundim? o.O - Se respeita Homi!!
6- Concordo com vc quando diz que "Para ser feliz é necessário pouca coisa além de se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas." Mas sempre que esqueço as coisas certas vivo momentos de felicidade efêmeros e que acabam me trazendo dores enooormes de cabeça!! (oq fazer?)
7- Você também disse que "Não é a mudança no meu universo que vai mudar o meu presente. Isso é do coração para dentro." Obrigada!! Vou carregar isso comigo.
8- No mais, obrigada pela atenção, pelas palavras de apoio e pelo beijo na bundim!!

ॐ Kallyne Cristina - Fotografia Contemporânea 8:44 AM  

O próprio Nietzsche costumava dizer que o esquecimento é uma coisa boa, porque assim a gente pode errar sempre e novamente... a vida é cheia de coisas que gostariamos de esquecer, e de outras que gostariamos de lembrar. Achei interessaaaaaantissimo este texto teu, bem escrito... e bem real. A dor está sempre nos rondando e nos renovando, e eu admiro as passagens de Nietzsche que falam a respeito disso, da necessidade do sofrimento!! É aquela coisa, precisamos dos opostos para equilibrar o mundo! Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai, se deixar eu fico aqui blá blá blá hooooras!

Então, obrigada pela visita e volte sempre... vi teu blog nos comentarios da Colombina e vim curiar... adorei ;)

beijinhos querido e inté mais!