O Mafioso Código Canônico

>> domingo, agosto 17, 2008


OS BÓRGIAS

Ah a Igreja Católica!! Eu juro que um dia eu terei que estudar teologia, preferencialmente numa instituição não ligada ao Catolicismo, para compreender a quantidade de PODER que ela detém desde seus primórdios. O Livro do Escritor ítalo-americano Mário Puzo identifica-os como a primeira família mafiosa da história e vê no seu poder, baseado numa grande rede de alianças criminosas, a origem do crime organizado. Alguém viu ou via a serie Familia Soprano? Conheça a Familia Bórgia e seu Capone, Don rodrigo Bórgia. Mesmo que até hoje se pague um alto preço por conta dos excessos e aberrações de alguns de seus dirigentes à época, diferente de atingi-la, serve para valorizar o trabalho e a fé de milhões de católicos que preservaram essa instituição de dois milênios de existência.

Ao falar desses desfiguradores, Don Rodrigo Bórgia é um modelo infelizmente muito copiado em nossos dias. Nascido na Espanha, nomeado cardeal pelo tio, papa Calixto III, mudou-se para Roma a fim de seguir a carreira eclesiástica. Como cardeal, usou dos métodos mais condenáveis para eleger-se papa no conclave de 1492. Já como papa Alexandre VI, adotou conduta e sentimentos nada evangélicos, sempre em proveito pessoal. Afinal, a cultura de uma máfia promulga isso, no sentido da lealdade e respeito pela cultura, familia e herança, existe para proteger os interesses do seus membros e garantir a liberdade de negócio em troca de lealdade absoluta á "Família". Homem de grandes ambições e apetites pelos prazeres mundanos, Rodrigo Bórgia abusou do luxo e do poder para atrair belas amantes, (pelo código canônico o Papa era proibido de casar, não de ter amantes. Palavras do próprio Alexandre VI) eliminar adversários e enriquecer os filhos. Tudo numa época em que o papa coroava reis.

Diante das incríveis façanhas de César Bórgia, o filho bastardo do Papa Alexandre VI, alguns autores lhe atribuem inspiração a Maquiavel. Mário Puzo cita seus encontros. Jean-Jacques Chevallier comenta as simpatias de um pelo outro. Sete anos mais velho que César, Maquiavel lia Ovídio, Dante e Petrarca, mas não perdia de vista as peripécias dos Bórgias.

César Bórgia, nomeado cardeal pelo pai aos 16 anos, renunciou ao chapéu cardinalício e pegou o dinheiro da Igreja para empreender o “melhor” negócio da época: fazer guerra. Contratou “bons” mercenários e partiu para tomar de assalto vários principados pelo interior da Itália.

Portanto, todas as tramas políticas-criminosas numa época teocrática, onde a Igreja Católica Apóstolica Romana era a percussora do domínio religioso, hierárquico, monárquico, bélico, diplomático, e porque não, econômico, de uma leitura fácil, rápida, envolvente e impactante, fazem parte do privilégio da leitura de Mario Puzo.

Ironico que as familias mafiosas, hoje e ontem, ainda são fáceis de encontrar aqui no Brasil nas mãos das oligarquias políticas (mesmo com a perda de alguns mandatos em 2006, mas sempre ativo em influencias e lobismo), por exemplo, os Magalhães na Bahia, os Sarney no Maranhão, os Melo em Alagoas (Collor de Melo), os Jereissati no Ceará, os Barbalho no Pará e de comunicação, como os Marinhos (Rede Globo), os Civita (Grupo Abril), os Abravanel (Grupo Silvio Santos), os Saad (Grupo Bandeirantes), os Sirotsky (Grupo RBS) e Câmara (Grupo Anhanguera Centro Oeste)

Nessas pela menos eu tenho certeza que ninguém unirá forças para crescer: todo mundo quer ser o Papa.

Mario Puzo nasceu numa família de imigrantes sicilianos que moravam em Hell's Kitchen , um bairro de Nova Iorque . Muitos de seus livros descrevem a herança siciliana.

O seu mais famoso trabalho, The Godfather (O Poderoso Chefão, no Brasil; O Padrinho, em Portugal), foi publicado em 1969, depois que Puzo ouviu sobre a máfia enquanto trabalhava como jornalista. Foi depois adaptado para o cinema pelo diretor Francis Ford Coppola, numa série de três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990, que fizeram imenso sucesso, ganhando diversos Oscar. Os dois primeiros filmes são considerados por muitos críticos de cinema como os maiores de todos os tempos.

9 comentários:

Anônimo 9:44 AM  

Uauuu...igor tbmn é culturaaa,..rsrs

beijomeliga

srta pecinha de lego

Anônimo 10:29 AM  

Você pediu, eu vim, estou aqui!
Menino, se o livro é bom eu não sei, mas essa sua resenha está muito bem feita. Boa semana!

Lily 2:59 PM  

Faltou a Lucrécia! Imagino q ela seja da msm família!

E uma coisa que me chamou atenção foi o fato do César Borgia ler Dante!
Que irônico! hahahaa
Dante era o cara mais beato de todos!
Ele tinha era que ler o Boccaccio, que veio alguns anos depois! :D

Bjksss

Sil 8:08 PM  

Eu nao li o livro mas depois disso sou obrigada a ler, mas registro que o filme e um dos meus preferidos.
ADORO vir aqui, fazia tempo que nao vinha, mas prometo ser mais assidua daqui pra frente.
Master beijo

www.dans-la-boite.blogspot.com
www.fruit-d-amour.blogspot.com

Entre Trintas 10:15 PM  

Olá querido Igor!
Voltei, graças!!!! Obrigada pelo e-mail... passa lá no blog p saber o final da história! hehehe
Bjo,
Gi :)

Anônimo 10:52 PM  

e diz q não é?!?!
até hoje as falas dos filmes são citadas quando alguém quer mencionar esse tipo de "relação" patriarcal.

p.s. q ninguém me "ouça". eu tenho um nojo absoluto da igreja católica. isso se deve ao fato de ter estudado em col de freiras e visto de perto essa "máfia".

Lily 11:03 PM  

Dante era beatíssimo!
Tanto que a Divina Comédia é praticamente um manual da salvação!
Apesar que o tiro saiu pela culatra porque acaba que o purgatório e o inferno são mto mais interessantes de serem lidos do que o próprio paraíso, com Beatriz ou sem! rs

E vc me chamou de Lys pq achou estar se dirigindo a outra pessoa ou apenas trocou as bolas dos nomes?? rsrs

Bjkss

Moni 3:55 PM  

Olá,

Informação util e culturas.

Bom.

beijos

Anônimo 11:50 PM  

Bom, não tenho o mesmo conhecimento que vc mas não precisa vasculhar muito pra entender que a igreja católica não era simplesmente fé, tinha todo interesse por trás disso, principalmente dos mais poderosos (não que hj não exista mais). Não quero discutir religião e quem sou eu pra isso.. mas acredito que religão hj em dia é muito mais praticar o bem, independente de qquer coisa, independente de qual igreja vc frequente, OU NÃO.

E Igor, adoro seus comentários no meu blog, se seu vício é escrever muito, pode continuar pq eu adoro, não só seus recados como seus posts.

Bjoka

Ps.: Agora eu escrevi demais! Heheh