Labiata de Casa Forte

>> terça-feira, setembro 23, 2008

Venhamos e convenhamos: Lenine é um poeteiro de mão cheia! E tive o prazer inenarrável de ter o seu mais novo CD em mãos e revi e reouvi todas as músicas delirantes, hipnóticas e envolventes! Pena o CD ser tão curto, 10 musiquinhas! A ultima é mais um bonus track, um poema (lindo!) cantado pelo Lenine e seus três filhos. A primeira metade do cd é bom (variando de musicas ótimas a razoáveis) e a segunda metade é excelentemente impagável! Não vou mencionar aqui o patrocínio da Natura, os 10.000 discos de vinil e um pen-drive musical de quem comprou o CD na íntegra (o meu foi presenteado), isso tá na mídia. Aqui vou mostrar apenas a visão de quem é fã do trabalho, da composição e do talento de Lenine.

LENINE - LABIATA

Cattleya Labiata é uma espécie de Orquídea encontrada na Paraíba, Alagoas, Ceará e Pernambuco, caracterizada pelo seu perfume único pela manhã, o Perfume da Cattleya, é uma espécie considerada "Rainha do Nordeste Brasileiro", e uma dos hobbys do cantor, que cultiva seu orquidário em Petrópolis, na região Serrana do Rio.

Vamos as canções:

1- Martelo Bigorna

O Lenine a define autobiográfica, que abre o CD com as cordas do Quinteto da Paraíba. Nos versos "Muito do que eu faço / Não penso, me lanço sem compromisso / Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço / Tudo o que eu te peço / É por tudo que fiz e sei que mereço." ele já mostra para que veio, num ritmo envolvente, rítmico e contagiante. Vc merece Lenine, ah se merece...

2 - Magra

Num ritmo de violão, palmas e percussão, uma musica leve, valorizando a beleza da mulher magra, claro, num singelo sarcarsmo através dos versos "Moça Pernas de pinça / Alta Corpo de lança / Magra Olhos de corça / Leve Toda cortiça."

3 - Samba e Leveza

A musica que menos gostei do CD. Um samba minimalista, com uns efeitos eletronicos e uma monocórdica punheta com o violão. Ficar ouvindo a musica inteira poucas variações do tom de voz junto com o violão tocando, "tém-dem, tom-dóm", acho um saco!

4 - A Mancha

A primeira da trilogia ambiental que segue em sequencia, com uma batida e uma pegada deliciosamente melódica e bem trabalhada, contando uma "cronica musical" da mancha que vem comendo pela beira até derramarmos lágrimas negras! Maravilhosa!

5 - Lá Vem a Cidade

Uma balada ligeriamente mórbida com vários toques de percurssão, mencionando uma realidade futura quando as geleiras já derreteram "Eu vim plantar meu castelo / Naquela serra de lá / Onde daqui a cem anos / Vai ser uma beira-mar...", uma história de quem está na sacada de seu castelo observando sua realidade e falando sobre o passado! Sombria, apocalíptica e Perfeita!


6 - O Céu É Muito

HARD ROCK! Parceria com Arnaldo Antunes! Riffs de guitarras pesadas rasgantes para um poema surreal e delicioso! Imagina isso ao vivo? Lembra até Led Zepellin! Do caralho! "A lua é manto Para o mar / Querer é tanto Para a vida / A lua é longe O sol é mais / Por que você Não acredita?"

7 - É Fogo

É Foda! O cara consegue juntar numa única musica, desastre ambiental, aquecimento global, corrupção política, críticas a atitudes do passado, falta de fé e falta de razão! Isso tudo com a colaboração do swingue e da ginga do Pedro Luís e a Parede!

8 - É o que me interessa

Essa é sem palavras..., lírica, poética, realista, nua, crua, seca e etérea. Ouvi dizer que tá numa novela. Infelizmente, só assim para alguém reconhecer o talento de um cantor, compositor, musico e intérprete.

9 - Ciranda Praieira

Começa suave, leve, quase foclórica, brincando com os Mestres Cirandeiros, no caso a Cirandeira, (não sei porque, viajei mentalmente até a praia de Pipa, em Natal, quando ouvi essa musica pela primeira vez) até entrar na metade da música a batera e a guitarra, num ritmo lento e compassado com a batera. Só faltou a zabumba para virar uma Ciranda de verdade! ;-) Uma homenagem direta a Lia de Itamaracá (Cirandeira da Ilha do mesmo nome), com parceria de Paulo Cesar Pinheiro, o mesmo de "Leão do Norte" (uma viagem musical na cultura de Recife!Caçe essa musica!)

10 - Excesso Exceto

Outra parceria com Arnaldo Antunes e o guitarrista China? Outro HARD FUCK ROCK! Um rock industrual, distorcido e excepcionalmente bem construido, com versos ritmicos no estilo da música "Do It"! Na primeira é o atabaque de Ramiro Musoto que comanda o ritmo, nessa aqui é a guitarra distorcida do China que fecha o CD com tudo fodástico! A musica fala do que está sobrando, na vida, na mente, no corpo, no espírito. "Futuro Pó que me Pariu"!

Não tenha a menor sombra de duvida: compre, baixe, copie, pinte e borde, só não pirateie! ;-) Mas TENHA esse CD poético, ambientalista, existencialista, realista e com o talento que o cara pode te proporcionar!!!

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Sobre Cegos, Podridão Humana e Críticos

>> sexta-feira, setembro 19, 2008


Antes de ver o filme eu assisti um vídeo da premier do "Blindness" em Portugal, onde o próprio Saramago foi convidado para assistir a mesma versão apresentada em Cannes. O diretor fez questão de levar o filme para o autor do livro, já que o próprio não pode ir a Cannes por problemas de saúde. SARAMAGO (com todas as letras maiúsculas!) ficou tão emocionado, que chorando, elogiou consideravelmente o trabalho fantástico do Fernando. E quando o as idéias da linguagem cinematográficas convergem com o do autor textual, FODA-SE A CRÍTICA! (com todas as letras maiúsculas também!) O Fernando Meirelles foi tão arrebatador, tão vangloriado, tá com o ego tão massageado como sexo tântrico e a auto-estima no nirvana, que depois desse elogio ele pode se aposentar!

E o próprio Saramago negou inumeras vezes a filmagem do seu livro, alegando que o "cinema mata a imaginação". Depois do mesmo ter assistido Cidade de Deus, uma obra de Meirelles retratada do livro "Cidade de Deus" de Paulo Lins, acredito que ele aceitou a proposta por mera curiosidade de um talento com o Meirelles dando seu ponto de vista a obra.

E vale ressaltar: a transliteração é perfeita!

O filme é arrebatador, o visual é excepcional, a fotografia é maravilhosa e as atuações dignas de prêmios! De qualquer maneira, não é um filme de fácil digestão...

O filme retrata uma inexplicável epidemia de cegueira que se alastra por toda uma nação, de crianças a idosos, de pobres aos mais altos cargos políticos, e depois se passa num confinamento, num gueto, onde os doentes acometidos pela "Cegueira Branca" são internados. Aqui ele demonstra uma aula de cinema. A linguagem retratada pela falta de visão da humanidade está nas entrelinhas silenciosas. Os personagens não tem nomes, a nação não tem bandeira, o internato dos doentes é idêntico a um manicômio, piores do que no filme "Bicho de Sete Cabeças".
Ele brinca com a superexposição da luz, enaltecendo o branco espalhado por toda a parte, foca em abstrações pelas tonalidades dessaturadas e demonstra que enxergando ou não, a natureza humana pode facilmente se envolver pelas trevas... Sem falar no viaduto do Chá em São Paulo, completamente abandonado: vazio, imundo, com pessoas perambulando como zumbis, uma apoiada no ombro das outras ou sozinhos e completamente nus (outra metáfora pela falta de visão?)

Destaque pela atuação da Julianne Moore, Marck Rufalo, Danny Glover e Gael Garcia Bernal. O médico tenta usar a razão de todas as formas para acometer a loucura e manter as pessoas sob controle, enquanto o Gael joga a sanidade para o espaço. Danny Glover é um dos poucos que conseguem conviver e vivenciar um universo a parte com seus outros sentidos e Julianne em tentar levar a humanidade rumo a...humanidade. Ela é o unico ser humano que enxerga, que presencia tudo, que testemunha o horror e que como aqueles que não vêem, fará qualquer coisa pela sobrevivencia. Isso está na natureza humana. Não tem monstros aqui, só seres humanos nos seus extremos.
Eu li o livro do Saramago. E sei que o livro é extremamente violento, escatológico e realista. E Saramago escreve em um ritmo diferente de tudo, um jorro de idéias concatenadas e sentimentos profundos expressos em frases imensas separadas por dezenas de vírgulas. o cara quase não usa ponto, fazendo com que o leitor faça sua própria pausa mental. Meirelles transformar isso em um filme sublime e emocionante, faz com que ele seja um dos maiores diretores do mundo, sem falsa modéstia. Mas não dava para simplesmente tentar transmitir o mesmo horror de forma tão verdadeira sem haver censura para menores de 21 anos e proibição de alguns países. Sei que sou exagerado, mas quando uma imagem é relatada numa narrativa e SUA MENTE IMAGINA, vc pode chegar a situações únicas, que nenhuma outra pessoa pode ter a mesma idéia. Como alguém poderia imaginar que por causa de dois olhos, a humanidade perderia a humanidade? Seríamos piores do que primatas, animais, bestas, agindo apenas por instinto? Alguém imaginou isso no cinema?
Meirelles imaginou! No blog dele que recomendei a algum tempo atrás ele fala dos Test Screening que teve no Canadá onde 1/5 da platéia se levantou após a cenas mais forte. (imaginei como David Linch faria um filme desses!)

Claro que escatologia, degradação, estupro coletivo, imundice fisica e psicológica ja é dificil de ser imaginado. Na maioria das cenas foram inteligentemente usado recursos cinematográficos para retratá-las de uma forma menos repulsiva, o que não diminui nada em intensidade! Lembro que existem tb cortes estranhos, tomadas destorcidas ou fora de quadro, dando uma sensação, proposital e incômoda, de que não estamos "enxergando" direito, tamanha é a crueza das cenas e a falta de música (em algumas cenas há musica, meio hipnótica, e em outras os sons são elevados ao máximo. Sensação bem vivida de quem não enxerga e tem os outros 4 sentidos bem apurados).

Ensaio Sobre a Cegueira não é um filme agradável de ser vistos por todos. É realista demais, é extremista, e é necessário para discutir a condição humana, porque a cegueira sempre foi uma metáfora primorosa e a cada ano que passa ela vem sendo utilizada para um futuro apocalíptico. O que nunca deixará de ser o livro e o filme uma obra prima, jogando a merda na cara e no ventilador do espectador e do leitor, da pior da condição humana: o que somos na essência, quando todas luzes, nesse caso, se acendem...

P.S.: A crítica internacional arreganhou com o filme. Infelizmente, ver filmes de Hollywood demais, faz com que enxerguemos de menos.

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Decálogo do Leitor

>> sábado, setembro 13, 2008

Depois que me matei, metaforicamente falando, muita coisa está mudando numa velocidade tão rápida que só com Red bull para conseguir acompanhar. Muitas surpresas, inclusive mediúnicas, estão vindo à tona de uma forma rápida e rasteira, e mesmo que eu não desse a devida atenção a tudo isso, não posso mais ignorar, para o bem estar da minha mente, do meu espírito e da minha vida. Por isso tenho abordado alguns assuntos referentes ao tema "Morte". Como conhecimento é um dos meios para se conseguir atingir o equilibrio (ação, humor e atitude são outras), passei a devorar livros numa intensidade deliciosa, estou lendo 4 ao mesmo tempo, o que eu não fazia desde os tempos da faculdade por mera obrigação acadêmica. Como tenho me inspirado nos especiais da minha amiga Déia, do Leio o Mundo Assim..., e já encaminhei para o e-mail dela, republico aqui uma matéria da revista Entre Livros sobre o fascinante, delicioso e divertido ato de...ler:

I - Nunca leia por hábito: um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objetivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminui a ansiedade, aumenta a libido. Mas é essencialmente lúdica, é essencialmente inútil, como devem ser as coisas que nos dão prazer.

II - Comece a ler desde cedo, se puder. Ou pelo menos comece. E pelos clássicos, pelos consensuais. Serão cinqüenta, serão cem. Não devem faltar As mil e uma noites, Dostoiévski, Thomas Mann, Balzac, Adonias, Conrad, Jorge de Lima, Poe, García Márquez, Cervantes, Alencar, Camões, Dumas, Dante, Shakespeare, Wassermann, Melville, Flaubert, Graciliano, Borges, Tchekhov, Sófocles, Machado, Schnitzler, Carpentier, Calvino, Rosa, Eça, Perec, Roa Bastos, Onetti, Boccaccio, Jorge Amado, Benedetti, Pessoa, Kafka, Bioy Casares, Asturias, Callado,Rulfo, Nelson Rodrigues, Lorca, Homero, Lima Barreto, Cortázar, Goethe, Voltaire, Emily Brontë, Sade, Arregui, Verissimo, Bowles, Faulkner, Maupassant, Tolstói, Proust, Autran Dourado, Hugo, Zweig, Saer, Kadaré, Márai, Henry James, Castro Alves.

III - Nunca leia sem dicionário. Se estiver lendo deitado, ou num ônibus, ou na praia, ou em qualquer outra situação imprópria, anote as palavras que você não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso.

IV - Perca menos tempo diante do computador, da televisão, dos jornais e crie um sistema de leitura, estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, terá lido 720 livros. Se, no mês das férias, em vez de um, puder ler quatro, chegará nos 900. Com dois por mês, serão 1.440. À razão de um por semana, alcançará 3.120. Com a média ideal de três por semana, serão 9.360. Serão apenas 9.360. É importante escolher bem o que você vai ler.

V - Faça do livro um objeto pessoal, um objeto íntimo, uma parte de você, não uma peça de arte intocável. Escreva nele; assinale as frases marcantes, as passagens que o emocionam. Também é importante criticar o autor, apontar falhas e inverossimilhanças. Anote telefones e endereços de pessoas proibidas, faça cálculos nas inúteis páginas finais. O livro é o mais interativo dos objetos. Você pode avançar e recuar, folheando, com mais comodidade e rapidez que mexendo em teclados ou cursores de tela. O livro vai com você ao banheiro e à cama. Vai com você de metrô, de ônibus, e de táxi. Vai com você para outros países. Há apenas duas regras básicas: use lápis; e não empreste.

VI - Não se deixe dominar pelo complexo de vira-lata. Leia muito, leia sempre a literatura brasileira. Ela está entre as grandes. Temos o maior escritor do século XIX, que foi Machado de Assis; e um dos cinco maiores do século XX, que foram Borges, Perec, Kafka, Bioy Casares e Guimarães Rosa. Temos um dos quatro maiores épicos ocidentais, que foram Homero, Dante, Camões e Jorge de Lima. E temos um dos três maiores dramaturgos de todos os tempos, que foram Sófocles, Shakespeare e Nelson Rodrigues.

VII - Na natureza, são as espécies muito adaptadas ao próprio hábitat que tendem mais rapidamente à extinção. Prefira a literatura brasileira, mas faça viagens regulares. Das letras européias e da América do Norte vem a maioria dos nossos grandes mestres. A literatura hispano-americana é simplesmente indispensável. Particularmente os argentinos. Mas busque também o diferente: há grandezas literárias na África e na Ásia. Impossível desconhecer Angola, Moçambique e Cabo Verde. Volte também ao passado: à Idade Média, ao mundo árabe, aos clássicos gregos e latinos. E não esqueça o Oriente; não esqueça que literatura nenhuma se compara às da Índia e às da China. E chegue, finalmente, às mitologias dos povos ágrafos, mergulhe na poesia selvagem. São eles que estão na origem disso tudo; é por causa deles que estamos aqui.

VIII - Tente evitar a repetição dos mesmos gêneros, dos mesmos temas, dos mesmos estilos, dos mesmos autores. A grande literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro. Não se preocupe, aliás, com o conceito de gênero: história, filosofia, etnologia, memórias, viagens, reportagem, divulgação científica, auto-ajuda – tudo isso pode ser literatura. Um bom livro tem de ser inteligente, bem escrito e capaz de provocar alguma espécie de emoção.

Necronomicon, fofo e poético.

IX - A vida tem outras coisas muito boas. Por isso, não tenha pena de abandonar pelo meio os livros desinteressantes. O leitor experiente desenvolve a capacidade de perceber logo, em no máximo 30 páginas, se um livro será bom ou mau. Só não diga que um livro é ruim antes de ler pelo menos algumas linhas: nada pode ser tão estúpido quanto o preconceito.

X - Forme seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente. Não se intimide quando um especialista diz que determinado autor é um gênio, e que o livro do gênio é historicamente fundamental. O fato de uma obra ser ou não importante é problema que tange a críticos; talvez a escritores. Não leve nenhum deles a sério; não leve a literatura a sério; não leve a vida a sério. E faça o seu próprio decálogo: neste momento, você será um leitor.


http://www2.uol.com.br/entrelivros/reportagens/


Boa Leitura!

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11 de Setembro

>> quinta-feira, setembro 11, 2008

Osama Bin Laden, Guerreiro do Islã

O que a maioria da população mundial está cansada de saber:

11/09/2001

Atentados ao WTC completam 7 anos

Vejam o especial com todos os detalhes sobre o atentado (na Veja, onde mais?), que serão lembrados pelos próximos 100 anos (ou até que venha um outro melhor e mais eficiente!);

O que a maioria da população não sabe, não quer saber ou foi omitido:

11/09/1973

Morre Salvador Allende, com apoio incondicional dos Estados Unidos, que patrocinou o Golpe Militar de Augusto Pinochet.

Mais detalhes:

11 de setembro, nós nunca esqueceremos

Filme - A Batalha do Chile

11/09/1990

Sancionada a Lei do Direito do Consumidor - Insituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

11/09/1297

Sir Willian Wallace, protagonizado por Mel Gibson no filme Coração Valente, comandou os escoceses pela independencia da escócia na histórica batalha de Stirling Bridge, contra os ingleses, tornando-se herói nacional.

11/09/2005

Retirada do Exército Israelense da Faixa de Gaza, pelo primeiro ministro Ariel Sharon.

11/09/1879

É fundado pelo doutor Miguel Vieira Ferreira a Igreja Evangélica Brasileira

11/09/1987


É assassinado o pioneiro músico de Reegae e Ska Peter Tosh. Com seu primeiro disco solo, Legalize-it, conquistou a faixa título como um hino pró-maconha. Isso em 1976. Marcelo D2 era virgem ainda! Depois ele reencarnou no meu cachorro, Peter Tosh, eternamente fumado.

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Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (24)

>> quarta-feira, setembro 10, 2008


"Assim como um dia bem aproveitado proporciona um bom sono, uma vida bem vivida proporciona uma boa morte."

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[OVER]...DOSE e IMOLAÇÃO

>> sexta-feira, setembro 05, 2008


Cometi suicídio. Depois de preparar a seringa com uma quantidade suficiente de heroína e cocaína, juntos com alguns restos triturados de insetos para uma morte rápida, injetei a dose com tanta rapidez que chegou a fazer um calombo no meu braço. Em menos de 5 minutos começei a ter uma convulsão, minha cabeça se sacudia violentamente enquanto eu espumava pela boca, saliva, muco, pus, sangue ou tudo junto, numa química indescritível da nojenta excreção daquilo que me envenenava. Enquanto meu corpo ia parando, minha visão ficou turva, desnorteada, daltônica, quando vi ao lado da minha cabeça, eu estava deitado sobre meu próprio vômito, junto com outros fluidos, bílis eu acho, e um pedaço de mim boiava naquela poça. Quando parei com minha cara naquela mistura, já não sentia mais cheiro de nada. Um gemido cavernoso e continuo (algo como aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa) saiu de minha boca durante o próximo minuto até eu morrer.

O difícil foi conseguir levantar da cama depois de um sonho desse. Juro que até meu braço coçou, como se eu ainda sentisse uma seringa ali...

Isso desencadeou no fato de nascer uma idéia, um insight. Claro que não tem nada a ver com seringas. Falo da destruição de alguns caminhos, desconstrução de alguns alicerces, e de parte de minha personalidade perante (a falta de) os resultados.
Li um texto sobre uma afirmação perfeita: destruir ou desconstruir.

Sinceramente, penso que são pouquíssimas as relações na vida que precisam ser realmente destruídas, exterminadas. Eu oscilei entre a destruição e a desconstrução em vários aspectos. Eu sei que existem situações horrendas. Mas, mesmo que você viva, eu já vivi várias, a pior relação em sua existência, ainda assim, acredito que poderemos encontrar juntos algum aspecto dela que tenha servido de aprendizado, e que deveria ser bem guardado como experiência de vida. É praticamente impossível você viver um relacionamento tempestuoso na vida, um momento de sofrimento e dor, de angústia e tristeza, sem que ao final você não colha aprendizado e consequentemente crescimento. E isso eu falo de todos os tipos de relacionamentos que temos ao longo da vida, profissionais, pessoais, sociais, afetivos, familiares, etc. A diferença é sutil, mas as consequências são ainda piores.
Quando nós destruimos, é praticamente uma explosão em cadeia ou uma implosão. Você fragmenta, desintegra, parte, despedaça, arrebenta, nada fica inteiro, nada é aproveitado. Se você age assim no fim de um relacionamento você gera rancor, amargura, ódio. Sentimentos destrutivos que geram repulsa. Cria uma nuvem de poeiras nos olhos, restos de demolição, que lhe impede de enxergar as coisas boas que existiram. Ou quando as enxerga, tenta de todas as formas negá-las como tendo sido boas. Passa a dizer que foram falsas, que foram perda de tempo. O resultado final é conhecido: dor, ódio, raiva etc.
Por outro lado, quando você desconstrói, você nem explode, nem implode, nem derruba, nem demole. Você subtrai, tentando ao máximo preservar a integridade dos materiais para reaproveitá-los. Ecologicamente falando, vc recicla aquele material que vc achava subaproveitado, para que seja renovado e reutilizado nos longínquos relacionamentos que nós teremos ao longo da vida.
Claro que nem sempre isso parte de vc. Algumas vezes, mesmo que tenhamos uma iniciativa para desconstruir, usando a principal ferramenta, o diálogo, nem todo mundo está aberto a essa opção.

Muitas coisas eu desconstrui ao longo do tempo, muitas me abriram novas oportunidades, outras me fecharam a porta na cara e por ultimo tem aqueles aspectos que de nada me acrescentaram e só veio a me prejudicar ainda mais, ou pior, quantas novas oportunidades eu poderia ter aproveitado se houvesse uma simples mudança de atitude, de ação, de humor, de ponto de vista, de diálogo, de paciência. Obviamente mudanças tão significativas não acontecem da noite pro dia. Vou acordar e hoje serei rico! Elas ocorrem em singelas parcelas homeopáticas, dosadas a cada minuto, a cada hora, muitas vezes imperceptível aos nosso próprios olhos. Mas para que elas aconteçam na dosagem, e na frequencia constante, eu resolvi limpar o terreno com uma auto-destruição. Chega de passar o resto do tempo abatido, fragilizado, doente, sem fôlego. Essa foi minha opção, minha escolha e de mais ninguém. Nossa natureza é imutável, mas nossa personalidade muda constantemente ao longo da vida.

Chama-se Evolução.

Na mesma noite em que me suicidei, tive outro sonho. Variação do mesmo tema sem sair do tom.

Estava atracado num ancoradouro depois de passar por mais uma tempestade. Sim eu não estava em um barco, eu era O barco. E vivia numa tempestade tão grande quanto um tsunami, nunca diminuia, nunca passava, nunca vinha a verdadeira bonança. O tempo estava fechado, o vento fortíssimo, o mar estava arredio, o casco solavancava no ancoradouro por causa das ondas. A cada corda que eu arrancava, a cada nó que eu desfazia, era uma idéia que surgia na cabeça. Era menos uma amarra. Mais próximo eu estava de zarpar, talvez em mais uma nova tempestade. Porém isso nunca aconteceu.

Eu não estava simplesmente ancorado, eu estava ENCALHADO. Como um barco fica encalhado com uma tempestade dessas? Todas as amarras foram soltas e flamejavam com o vento, rebatendo todas elas no casco como se fossem chicotes. (acredito que Jung teria adorado me ouvir contar essa história...) Então de súbito desespero, raiva, ódio, impaciencia e praticidade, resolvi "abandonar o barco", porque aquele invólucro estava sendo inútil: INCINEREI-O por completo! Com a ventania, o fogo se arrastou pelo ancoradouro, pela costa, pela mata, a coluna de fogo tinha quilômetros de altura.

Acordei encharcado de suor, mesmo com o ventilador ligado. E entendi a mensagem...

Morra e Mude.

Troque suas folhas e mantenha sua raízes.

Aproveito para divulgar a mais nova música do Lenine, É o que me interessa. Baixem Aqui.

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

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